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Editorial

Sistemas alimentares sustentáveis para segurança alimentar e nutrição

Edmundo Bragança de Sá

O mês de outubro é assinalado por duas comemorações que, apesar de serem em dias separados, estão profundamente interligadas e assumem especial significado nos tempos que correm.
A primeira dessas comemorações foi no dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, data em que foi criada a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) no ano 1945. O tema oficial para este ano, «Sistemas Alimentares Sustentáveis para Segurança Alimentar e Nutrição» visa aumentar a compreensão do problema da fome e da desnutrição crónica que atingem cerca de 842 milhões de pessoas em todo o mundo e incentivar a procura de soluções em modelos sustentáveis que preservem o meio ambiente, os ecossistemas e a biodiversidade. O Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, referiu que, embora os sistemas alimentares produzam comida suficiente para toda a população, um terço dessa produção é perdida ou desperdiçada. Por isso, o recentemente eleito Papa Francisco disse na sua mensagem para este dia que «é um escândalo que ainda haja fome no mundo». Mais ainda se pensarmos que metade da população mundial é afetada pelos excessos alimentares. Os custos económicos da fome são surpreendentes. Podem atingir cerca de 5% da produção mundial através da perda de produtividade e dos custos diretos em cuidados de saúde.
O processo de produção e distribuição de alimentos é extremamente complexo. Envolve diferentes etapas e atores: vai desde agricultores, criadores de gado, pescadores, cientistas que desenvolvem novas tecnologias, transportadores, armazenistas, indústria de transformação de alimentos até aos comerciantes e aos próprios consumidores. Todos são chamados a colaborar num sistema alimentar sustentável e seguro. A redução de desperdícios alimentares acima referida implica, da parte dos consumidores, uma mudança cultural e de estilo de vida. Só assim se atingirão, em 2015, os Objetivos para o Desenvolvimento do Milénio com sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis.
A segunda comemoração a que aludimos no inicio do texto ocorreu no dia imediatamente a seguir ao da primeira. Foi o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, instituído pela Organização das Nações Unidas, e que se comemorou a 17 de outubro. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), tendo como definição de pobreza a existência de rendimentos inferiores a 60% do rendimento mediano equivalente, a taxa da população portuguesa em risco de pobreza em 2011 era de 17,9% e com tendência crescente, em particular para os menores de 18 anos e para a população em idade ativa.
Como tivemos a ocasião de referir no simpósio da edição da Postgraduate Medicine de julho deste ano, é cada vez mais fundamental incluir a fome e a pobreza na história clínica e no exame objetivo dos utentes da consulta diária.
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