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EditorialMaio-Junho 2022 | Volume 51 - Número 3
Mês de maio, mês do coração
José Mendes Nunes Este número de maio-junho é dedicado aos problemas de saúde cardiovascular. Durante o mês de maio, celebra-se o mês de Maria e por isso o primeiro domingo é de homenagem às mães. Já a 12 celebra-se o Dia Internacional da Enfermagem e no dia 19.º Dia Mundial do Médico de Família. Porquê avocar aqui estas celebrações? As mães são o símbolo do cuidar e determinantes para a saúde, em geral, e cardiovascular, em particular, porque o amor é um dos principais protetores da doença cardiovascular, enquanto que o abandono e o isolamento social são dos mais potentes fatores de risco cardiovascular. É o amor e os cuidados dos pais que dão resiliência (conceito tão em moda) para sobreviver a todas as ameaças à saúde. Por outro lado, a enfermagem e os médicos de família são os principais profissionais de saúde na promoção da saúde, na prevenção e no seguimento de doenças cardiovasculares. O lema do Dia Mundial do Médico de Família é: “Sempre próximo para cuidar”. Eis uma das condições imprescindíveis para melhorar a saúde cardiovascular: “estar próximo”. Então, todos os cidadãos devem ter o seu enfermeiro e médico de família. Claro que outros profissionais de saúde também tem papel muito importante a desempenhar, mas aqueles são os que estão em foco durante este mês. A saúde cardiovascular depende muito da literacia em saúde (LS) da população. Os profissionais de saúde e toda a sociedade têm enorme responsabilidade no aumento dos níveis de LS. O utente é o primeiro e o mais importante elemento da equipa de saúde, mas continua a ser o mais ignorado recurso de saúde. Para que seja um recurso e não apenas fonte de gasto, importa capacitá-lo, ativá-lo e dar-lhe poder para tomar decisões de acordo com as suas capacidades, a bem da sua saúde. Por isso, quero aqui vincar que é a prevenção, através da assunção de comportamentos salutogénicos, que terá maior impacto na saúde cardiovascular. Neste número, publicamos interessantes artigos que abordam a prevenção como a “redução do risco cardiometabólico” e a “prevenção primária com a aspirina”. Para além disso, são abordados problemas prevalentes nos cuidados saúde primários como a insuficiência cardíaca cuja abordagem terapêutica teve, nos últimos anos, uma autentica revolução. As palpitações são sintomas frequentes e representam um desafio no diagnóstico e na abordagem terapêutica. Se é verdade que podem ser um problema benigno, também é verdade que podem ser o indício de problemas graves e urgentes. Neste mês do coração, aqui deixo as recomendações “simples” para a prevenção cardiovascular (e não só!): comer adequadamente, mexer, não se intoxicar, respeitar o descanso e socializar (que inclui o amar). |