Editorial… e viveram felizes para sempre…
Edmundo Bragança de Sá Era assim que terminavam quase sempre as histórias de fadas que ouvia na minha infância e que lia aos meus filhos antes de adormecerem. Na vida real, as crises sócio-económicas recorrentes, o crime e a violência, a degradação ambiental e as ameaças crescentes às alterações climáticas, os povos que vivem em pobreza extrema (... e para quem o bem-estar material básico é ainda uma ilusão), fazem-nos concluir que poucas vezes temos este final feliz, e quando isso acontece, é sempre efémero. No entanto, a busca incessante da felicidade está bem no centro de todos os esforços humanos e, por isso, foi universalmente bem acolhida a iniciativa das Nações Unidas em proclamar o dia 20 de março como o Dia Internacional da Felicidade. O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na sua mensagem para esse dia refere que o mundo necessita de um novo paradigma económico que reconheça a paridade entre os três pilares do desenvolvimento humano sustentável e inclusivo: desenvolvimento social, crescimento económico e proteção ambiental. Este paradigma assenta no compromisso de ajudar os outros a ser felizes. Baseado na revisão da mais recente investigação cientifica relacionada com a felicidade, o movimento «Action for Happiness» desenvolveu os 10 aspetos fundamentais para uma vida feliz: 1. Dar-se aos outros: ajudar as outras pessoas com tempo, ideias e energias, não só é bom para essas pessoas mas torna-nos mais felizes e saudáveis. 2. Relacionar-se com pessoas: a amizade é o mais importante contributo global para a felicidade. As pessoas com relações sociais abrangentes e fortes são mais felizes, mais saudáveis e vivem mais tempo. 3. Manter-se ativo torna-nos mais felizes e faz bem à nossa saúde física. Melhora o nosso humor e pode fazer-nos sair de uma depressão. 4. Apreciar a vida à nossa volta: estar com o espírito aberto e recetivo ajuda a estar em sintonia com os nossos sentimentos, a não remoer o passado nem preocupar-se com o futuro. 5. Tentar aprender novas coisas: a aprendizagem afeta o nosso bem-estar de variadas maneiras. Expõe-nos a novas ideias, ajuda-nos a manter a curiosidade e aumenta a nossa autoconfiança e resiliência. 6. Ter objetivos ambiciosos, mas realísticos: aumenta a nossa motivação, o nosso sentido de compromisso e a nossa satisfação quando atingimos os objetivos. 7. Aumentar a resiliência: a forma como ultrapassamos o stress, as perdas, os erros ou os traumatismos tem um grande impacto no nosso bem-estar e pode ser aprendida. 8. Procurar emoções positivas: a alegria, a gratidão, o contentamento, a inspiração e o orgulho criam espirais de crescimento que ajudam a desenvolver novos recursos. 9. Aceitar-se a si próprio: aprender a aceitar-se a si próprio aumenta o nosso gosto pela vida, a nossa resiliência e o nosso bem-estar. 10. Ter um significado e um propósito de vida: pode ser encontrado na religião, na família ou no trabalho, mas envolve sempre estar-se ligado a algo mais grandioso que nós próprios. O simpósio para este inicio da primavera está relacionado com as alergias nasais. Um problema de saúde encarado por muitos médicos como pouco importante mas que um estudo recente veio a demonstrar ter um impacto significativo na felicidade global das pessoas. Como tudo na vida, é valorizando as pequenas coisas que contribuímos para o bem comum, enriquecemo-nos a nós próprios, promovemos a felicidade e ajudamos a construir o futuro que queremos. Façam o favor de ser felizes. Bibliografia www.actionforhappiness.org www.un.org/en/events/happinessdsay/ |