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Editorial

Cegueira, défice de visão e solidariedade

Edmundo Bragança de Sá

A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que 285 milhões de pessoas em todo o mundo têm alguma forma de défice de visão (moderada ou grave) e das quais 39 milhões são cegas. A grande maioria (cerca de 90%) vive em países em desenvolvimento e 65% têm mais de 50 anos de idade.
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) existem quatro níveis de função visual: visão normal, défice visual moderado, défice visual grave e cegueira. As principais causas de défice de visão (moderada, grave ou cegueira) são:
– 43% por erros de refração não corrigidos (miopia, hipermetropia ou astigmatismo)
– 33% por cataratas inoperáveis
– 2% por glaucoma
Os erros de refração são também a principal causa modificável de défice visual nas crianças abaixo dos 15 anos atingindo cerca de 19 milhões em todo o mundo. Destas, 1,4 milhões ficam irreversivelmente cegas para o resto das suas vidas. Assim, e conforme vem referido no artigo do simpósio sobre «ambliopia», os Médicos de Família têm um papel fundamental no diagnóstico correto e referenciação atempada destas situações evitando que se tornem irreversíveis.
Apesar de tudo, todas as formas de défice de visão têm vindo a diminuir globalmente desde o início dos anos 90, sobretudo á custa do controlo das doenças infetocontagioso (como a oncocercíase), mas também pelo desenvolvimento de soluções terapêuticas (cirurgia corretora) e pela melhoria da acessibilidade aos serviços de oftalmologia. Para esta melhoria da acessibilidade e disponibilidade de serviços de oftalmologia, muito contribuíram as parcerias internacionais com envolvimento do setor privado e da sociedade civil. Um exemplo destas parcerias é o Lions Club International que criou 35 centros de tratamento da cegueira infantil em 30 países e prevê ainda o desenvolvimento de mais centros noutros países. Não podemos deixar de salientar o exemplo português do Prémio António Champalimaud de Visão, que no ano 2013 distribuiu um milhão de euros por quatro organizações não-governamentais nepalesas pelo «trabalho humanitário e clínico» e pelo empenho «no combate a um flagelo preocupante num país em que as doenças da visão são uma catástrofe social».
É neste contexto de solidariedade que situo a mensagem do Papa Francisco para assinalar o dia 11 de fevereiro, Dia Mundial do Doente. Para além de exortar os doentes a enfrentarem as adversidades da doença com os olhos postos em Cristo sofredor, o Papa Francisco convida os Profissionais da Saúde a se deixarem contagiar pelo amor de Cristo na Cruz olhando com misericórdia e amor para os que sofrem e empenhando-se com o seu saber e experiência no alívio do sofrimento, na prevenção das doenças e na promoção de uma saúde integral da pessoa humana.
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