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EditorialJaneiro-Fevereiro 2024 | Volume 53 - Número 1
Três décadas de permanente apoio à formação e atualização da MGF portuguesa
Catarina Moita É com enorme orgulho que escrevo o meu primeiro editorial como Diretora Científica da Postgraduate Medicine quando esta revista comemora o seu trigésimo aniversário. Desde 1994 já foram publicadas 290 edições sobre os mais diversos temas do particular interesse para a Medicina Geral e Familiar (e não só), sendo a única revista médica portuguesa com um “Programa de Formação Médica Contínua” baseado nos artigos publicados em cada edição. Inicialmente em conjunto com o Instituto de Clínica Geral, a partir de 1999 com o organismo que o substituiu – o Instituto de Qualidade em Saúde – e nos últimos 16 anos em parceria com a NOVA Medical School. É neste contexto de celebração que, como já é habitual, iniciamos o ano com o número dedicado à patologia osteoarticular e reumatológica. Estas patologias são altamente prevalentes na população, constituindo um motivo frequente de consulta nos cuidados de saúde primários e um elevado foco de morbilidade. É expectável que com o envelhecimento da população (em muitos casos com um estilo de vida sedentário) a sua prevalência venha ainda a aumentar. Neste número, abordamos algumas patologias mais prevalentes, como é o caso das lesões do ombro e joelho, bem como a artrite séptica, uma entidade nosológica mais rara, mas com possíveis graves consequências, para a qual devemos estar alerta. Incluímos um resumo das questões mais comuns na abordagem da osteoporose e a sua evidência mais recente, condição que afetará mais de 10% dos indivíduos acima de 50 anos,(1) e que aumenta o risco de fratura. Revemos também a artrite reumatoide, doença reumática mais rara do que a patologia peri-articular ou as osteoartroses, mas que poderá ser potencialmente mais grave e incapacitante. Um dos artigos extrassimpósio versa sobre a depressão em faixas etárias mais avançadas, condição igualmente comum nas consultas de Medicina Geral e Familiar e para a qual precisamente as limitações funcionais e diminuição da qualidade de vida que a patologia osteoarticular condiciona, muitas vezes contribui. Nesta edição é ainda apresentado um caso clínico de paralisia facial em idade pediátrica, no contexto do qual é incluída uma revisão do tema, manifestação mais comumente observada em adultos, nomeadamente após infeções virais, mas que nesta faixa etária é particularmente geradora de preocupação e sofrimento para o doente e seus familiares e que carece de reconhecimento e abordagem atempadas. Esperamos que os artigos selecionados sejam úteis para a prática clínica dos nossos leitores. Boas leituras! Referência bibliográfica 1. Wright NC, Looker AC, Saag KG, et al. The recent prevalence of osteoporosis and low bone mass in the United States based on bone mineral density at the femoral neck or lumbar spine. J Bone Miner Res. 2014;29(11):2520-2526. |